domingo, 9 de janeiro de 2011

Rosana Migler responde



A Miss Brasil Gay 2003, que se encontra atualmente na em Barcelona - Espanha, deu uma entrevista exclusiva ao blog. Confira abaixo:

Qual a origem do nome Rosana Migler?
Rosana é em homenagem à cantora Rosana (♫ como uma deusaa...) [Risos] e o Migler é em homenagem ao estilista Thierry Mugler. Como a pronúncia em português é Migler eu deixei assim para facilitar. Sou fã dos dois.

Quando começou a fazer shows?
Comecei numa brincadeira na casa de amigos em 2000. Como também era professor de história me dividia entre as aulas na faculdade e alguns shows como Rosana Migler.

Fez muitos shows nesta época?
Não. Fazemos shows por amor à arte e como ser transformista é uma arte que lida com o luxo, eu fazia poucos shows, pois queria sempre estar impecável para meu público.

Como conseguiu o título de Miss Brasil Gay 2003?
Meus amigos me incentivaram a concorrer, quando dei por mim tinha ganho e minha vida se transformado completamente. Então tive que parar para pensar o que fazer dela: continuar minha carreira acadêmica trabalhando na faculdade ou assumir de vez a Rosana Migler buscando equilíbrio pessoal, pois eu já estava muito feminina.

Quanto tempo durou para você tomar a decisão?
Cerca de 1 ano. Foi quando fui para o interior e me isolei na casa de uma tia me mantendo com minhas reservas. Minha tia me acolheu muito bem e minha mãe sempre me ajudou muito. Nesse tempo pude pensar e repensar muito bem no que fazer da minha vida.

Decisão tomada, o que você fez?
Voltei para Salvador e fiz meu último show por aí, um show de despedida do Brasil e fui para a Europa para começar a minha transformação. Fiz tratamento hormonal e depois fiz as intervenções cirúrgicas (plásticas e próteses).

Como se manteve na Europa?
Trabalhei em alguns espetáculos fixos e tinham os meus amigos que já moravam aqui e me ajudaram muito. No começo foi complicado conviver com outra cultura, outro idioma, longe da família, mas aos poucos fui me adaptando. Eu já estava preparada para o que ia acontecer, que a vida de transex não seria fácil, que teria que conviver com o preconceito, mas eu já tinha pensado muito bem e contava com o apoio da família (aí no Brasil) e dos amigos (daqui) e isso me deu forças para continuar.

Como você vive atualmente na Europa?
Muito bem. Hoje sou casada. Ele é um ótimo companheiro que me ajudou em todos os aspectos: desde o psicológico até o material. E continuo com os meus shows esporádicos. Acabei de chegar de Zaragoza, onde fiz uma temporada de shows num café-teatro.

Você pensa em se operar?
Essas coisas têm que ser bem pensadas porque o pênis é um órgão vital e está relacionado ao psicológico. Penso sim, mas é algo que vou deixar para mais tarde. Preciso conversar muito com os médicos e os psicólogos para fazer a cirurgia da forma mais tranqüila e consciente possível.

O que seu marido acha disso?
Ele me aconselhar sempre a buscar a minha felicidade e me apóia em tudo. Ele é realmente uma pessoa incrível.

Com que freqüência você vem ao Brasil?
Na verdade tem 5 anos que eu não vou ao Brasil, mas minha mãe vem para cá 2 vezes por ano passar as férias comigo. Inclusive ela virá no final desse mês passar uma temporada comigo onde também já planejaremos a minha volta ao Brasil que não passará deste ano.

Você mantém contato com suas amigas aqui do Brasil? Quem são elas?
Mantenho sim. Bagageryer Spielberg, Saratielle Koslowisky, Miss Boana, Mitta Lux, Lizz Barum, Monyk Houston... Vixe! Quase todas! Na verdade tenho Baga e Saratielle como minhas madrinhas. Viajei muito com Baga e aprendi a me maquiar sozinha com ela. Tinha cabeleireiros e maquiadores a minha disposição graças a ela. A produção era intensa para o concurso do Miss Brasil Gay 2003.

Do que você mais sente falta do Brasil?
Desse calor, desse sol maravilhoso.

Você tem algum conselho para pessoas que querem se transformar assim como você fez?
Calma e prudência sempre. Temos que ter a exata noção do que queremos. Buscar a felicidade sem se agredir nem agredir ninguém. Buscar o equilíbrio e paz interior para se tornar um ser digno de ser chamado de humano.

Sr. N

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